quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Espaço e tempo como intuições: Kant

ESPAÇO

Espaço metafísico: a experiência de representar algo exterior a mim necessita da noção de espaço.
O espaço é a condição de possibilidade dos fenômenos e não uma determinação que dependa deles.
O espaço não é um conceito universal, quando falamos em espaço falamos numa parte de um todo.
Como nenhum conceito pode ser pensado como encerrando uma infinidade de representações em si, o espaço é uma intuição a priori e não um conceito.

Espaço transcendental: representação imediata dos objetos através da intuição, a partir do momento em que o individuo é afetado por esses objetos, como forma do sentido externo.

Conclusão:

O espaço é a forma de todos os fenômenos dos sentidos externos que permite a intuição externa através da condição subjetiva da sensibilidade.
TEMPO

Tempo metafísico: o tempo é uma representação que é base para todas as intuições. Somente através dessa representação podemos nos demonstrar a existência de uma coisa num só e mesmo tempo ou em tempos diferentes (simultaneamente ou sucessivamente). O tempo não pode ser suprimido, trata-se de condição geral para realidade dos fenômenos. O tempo é unidimensional, tempos diferentes são sucessivos e não simultâneos. Ao contrario do espaço que não é sucessivo e sim simultâneo.
O tempo não é um conceito universal, mas uma noção pura da intuição sensível. Tempos diferentes, são partes de um mesmo tempo.
Na infinitude do tempo qualquer grandeza que dependa de limitações de tempo deve conceber uma base de tempo ilimitado, mas não terá uma representação através de conceitos, pois estes apenas contem representações parciais do todo, é necessário uma intuição imediata de fundamento.

Tempo transcendental: no tempo ocorre a possibilidade de predicados contraditórios, sucessivamente ao mesmo objeto, como a existência de algo em um lugar e a não existência no mesmo lugar.

Conclusão

O tempo é a noção do sentido interno, da intuição de nós mesmos e nosso estado interior, não sendo uma determinação de fenômenos exteriores. Conclui-se também que a representação do próprio tempo é uma intuição, pois todas as suas relações podem se expressar numa intuição externa.
O tempo é uma condição subjetiva da nossa (humana) intuição, porque é sempre sensível na medida em que somos afetados pelos objetos e não é nada em si fora do sujeito, mas é necessário aos fenômenos e a todas as coisas que venham a nós na experiência. Todas as coisas, enquanto fenômenos estão no tempo. Como nossa intuição é sensível rejeitamos qualquer objeto que não esteja relacionado à condição do tempo.

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