quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mais Vale o Que Será.DCE2010/2011 Proposta Setor de Humanas


CURRÍCULO
Hoje, em cursos como comunicação social, design, história, ciências sociais e letras, a discussão curricular é uma realidade. Isso a primeira vista pode parecer um avanço: estamos discutindo nossa formação, afinal! Nada disso, o que estamos discutindo são as reformas curriculares que nos são forçadas pelo MEC.
Na comunicação social, a reforma vem para acabar com as habilitações. Cada uma delas – jornalismo, PP e RP – viraram cursos próprios. Uma especialização precoce que nega a existência de discussões comuns e necessárias à área de comunicação social. No design a discussão também é sobre as habilitações, mas ao contrário: querem tirar as especialidades de cada área do design da graduação e transformar tudo em um único curso genérico.
Nos cursos com licenciatura, a discussão é a mesma: a obrigatoriedade da dissociação entre o bacharelado e licenciatura. Parte-se uma concepção que vê a produção de conhecimento como exclusividade da academia. Estabelece-se uma relação dicotômica com o ensino, que é só aplicação do que já foi produzido na universidade, a mera transferência do que já foi feito.
        O que podemos ver em todas essas medidas é que não há uma preocupação na construção de uma educação crítica. Os currículos caminham no sentido de atender demandas de mercado, cada vez mais técnicos e descolados e nossa realidade social.
        Enquanto DCE queremos debater a questão curricular e, mais do que isso, organizar lutas que consigam articular os ataques que os vários cursos vem sofrendo de forma isolada, mas que tem um mesmo objetivo: voltar a educação para o mercado.
ESTRUTURA
        No processo de reestruturação da universidade, vemos vários problemas. Faltam salas de aula, turmas ficam super-lotadas.. No curso de direito, as reformas previstas para o prédio da Santos Andrade contem salas de aula para 115 estudantes: como ter qualidade com turmas desse tamanho?
        E as bizarrices da reforma da Santos Andrade não param por aí: devido ao projeto do corredor cultural, a psicologia está sendo expulsa do prédio. Ela irá para o novo prédio da universidade, o Teixeira Soares, aquele perto do Estação. Só resta saber qual é a estrutura que estará reservada para eles por lá, já que não tem RU nem se sabe bem o que fazer com a biblioteca de humanas, a qual é compartilhada por vários cursos – alguns dos quais vão para o novo prédio e outros que permanecem na reitoria. Essas são mudanças que não levam em conta questões básicas de assistência estudantil e estrutura, inviabilizando a construção de uma educação verdadeiramente pública, gratuita e de qualidade.
CORREDOR CULTURAL
        Esse é um projeto da prefeitura de Curitiba em parceria com a universidade que pretende uma “revitalização” do centro da cidade. O que está por trás dessas palavras bonitas é uma política de higienização do centro, que não resolve realmente os problemas: os esconde. Os mendigos, as prostitutas, as drogas não deixaram de existir, só estão mais longe do centro da cidade modelo. Achamos que a UFPR apoiar um projeto desse tipo é uma subversão completa daquilo que a universidade deve ser. A universidade deve produzir conhecimento para transformar a realidade, e não compactuar com medidas que reproduzem a desigualdade de nossa sociedade.
Enquanto DCE queremos discutir essas coisas e organizar lutas que garantam uma expansão com qualidade de nossa universidade, para que ela seja realmente pública gratuita e de qualidade e, mais do que isso, se volte realmente

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