quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Espaço e tempo relacionais: Leibniz

Leibniz

Para Leibniz, o espaço é um fenômeno não ilusório. É a ordem das coisas que se relacionam. O espaço tem uma parte objetiva, a da relação, mas não é o real tomado em si mesmo. Assim como o espaço, o tempo também é um fenômeno.

Espaço relacional: o espaço é uma “ordem de coexistência” das coisas entre si (enquanto o tempo é a sua “ordem de sucessão”). Quer dizer com isso que o espaço consiste em certas propriedades relacionais das coisas físicas. Quando se fala de espaço se usa predicados relacionais como “ao lado de”, “acima de...”.
Segundo a concepção relacional, os objetos não estão realmente no espaço, posto que seja eles mesmos que de algum modo o constituem, e se não existisse algo no mundo também não poderia existir o espaço (nem o mundo).

Tempo relacional: o tempo é uma ordem de sucessões das coisas, reduzindo-se, pois, a relações ditas “temporais” entre eventos e estados de coisas. Como a concepção relacional do tempo baseia-se nas relações de mudança das coisas em acontecimentos, uma conclusão dessa concepção é a de que não há tempo sem mudança, posto que nesse caso nada poderia evidenciar a passagem do tempo. A suposição de que pode haver tempo sem mudança conduz também a resultados paradoxais. Se a admitimos, então podemos supor que o mundo inteiro, incluindo nós mesmo, “se congele” no tempo pelo período de dez anos sem sofrer nenhuma mudança, para depois voltarmos a tudo e seguir o seu curso normal, como se nada tivesse acontecido. Ora, tendo o congelamento acontecido no universo inteiro, não podemos jamais saber se ele aconteceu. Toda a dificuldade imputada a essa hipótese é que ela fere um razoável princípio da verificabilidade, segundo o qual enunciados que a experiência é absolutamente incapaz de demonstrar serem verdadeiros ou falsos são destituídos de sentido! E se a hipótese do mundo sem mudança é inverificável, podemos concluir que não faz sentido.

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